sábado, 9 de janeiro de 2010

O dia mais longo e difícil para Carlos Sousa.

Depois de uma actuação em crescendo que lhe permitiu chegar a um excelente quarto lugar da geral, a sétima e mais temida etapa do Argentina-Chile Dakar 2010 traiu as aspirações de Carlos Sousa. Na realidade, uma falha nos travões do Mitsubishi e um erro de navegação ajudam a explicar o muito tempo perdido nos quase 600 quilómetros cronometrados que constituíram a especial – a mais longa e dura desta edição – com o português a quedar-se pelo 17º tempo e a ser relegado do quarto para o sétimo lugar da geral. Um resultado que, apesar de tudo, lhe permite encarar com optimismo a segunda metade da prova, até pelo facto da equipa ter ainda mais tempo para reparar o seu Mitsubishi. É que amanhã (sábado) é dia de descanso para os concorrentes do mais duro e imprevisível rali do mundo.

Manda a tradição que, mesmo antes da jornada de descanso, a etapa seja a mais longa e extenuante de todo o programa competitivo, como que num derradeiro teste à capacidade de sofrimento das equipas e à resistência e fiabilidade de algumas mecânicas. Este ano não foi excepção e o tortuoso caminho de regresso a Antofagasta encarregou-se de provar isso mesmo, com perto de 600 quilómetros cronometrados de pistas que tanto permitiram explorar o sentido de orientação dos co-pilotos nas montanhas de areia fina como também a destreza dos condutores nos traiçoeiros blocos de sal do meio da etapa ou nos rápidos estradões que antecediam a chegada desde longo dia – o mais amargo de todos para Carlos Sousa.

Com uma notável e sólida actuação desde o primeiro dia, o português vinha fazendo um rali em crescendo, chegando a sexto à terceira etapa, a quinto dois dias depois e finalmente a quarto à chegada da etapa de ontem. Sempre cauteloso, Carlos Sousa alertava sempre para o facto de o rali estar ainda muito longe do fim, sendo ainda fundamental vencer a etapa anterior ao dia do descanso sem problemas…
Só que nada disso aconteceu: “Foi um dia mau, pleno de azares”, desabafou o piloto à chegada a Antofagasta, após quase sete horas e meia de condução. “Começou mal logo de início, com um problema nos travões a atrasar-nos bastante. Tentámos minimizá-lo com uma condução mais defensiva, mas acabámos por ficar mesmo sem travões antes de chegada à neutralização da etapa, cerca do km 177. Na ligação até ao recomeço da especial,conseguimos reparar parte da avaria com a ajuda do (Guilherme) Spinelli, anulando o circuito numa das rodas, embora chegando já 10 minutos atrasado à partida”, explica Carlos Sousa.

“Mas isso nem foi o pior. Depois do recomeço da especial, um erro de navegação levou-nos para uma zona de montanhas. Num dos topos, e para evitar o carro de um concorrente que dava meia volta, acabei por cair por uma dessas montanhas e perder mais de uma hora até conseguir regressar à pista. Cheguei a pensar que o rali terminaria ali, pelo que mesmo perdendo hoje três lugares na classificação, só posso estar satisfeito por ter conseguido terminar”, reforçou o português.

“Agora é recuperar totalmente o carro amanhã e começar a pensar que falta ainda mais meio rali para cumprir. E a partir daqui já não há lugar a outra estratégia: dar o máximo a cada etapa e tentar chegar o mais á frente possível na classificação geral”, conclui o melhor dos representantes da Mitsubishi neste Dakar e o único dos estreantes neste novo formato a figurar nos 12 primeiros lugares da geral provisória.

Fonte.maistt.blogspot.com

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