quinta-feira, 16 de abril de 2009

Um olhar sobre os “nossos” ralis: Do “Sical” às recordações…


A imagem que ilustra este texto tem uma mensagem inclusa e que, penso eu, será de fácil compreensão. Retrata o dia da estreia em competição de um dos nossos talentosos pilotos, no caso o Nuno Rocha (já agora, tripulando um Seat Marbella, corria então o ano de 1998…), numa prova que até nem lhe correu bem mas onde ficou bem presente o gosto com que se iniciava nestas lides. No caso do Nuno ao volante, no caso de algumas centenas de pessoas ao lado da organização, no caso de uns outros tantos milhares em cima das paredes ou junto à estrada, mas com um mote comum: estar nos ralis, o desporto da paixão de tantos nesta Terceira. Pegando no caso particular do Nuno Rocha, sem dúvida um dos concorrentes que tudo vai fazendo para marcar presença nas provas e, sem floreados, para ajudar quem as põe de pé, vêm-me à memória mãos cheias de outros exemplos de como o amor à causa pode mover castelos, sendo que a raiz comum desta mensagem – já meio-escancarada pelas palavras – é do gosto que esta modalidade desperta nos seus adeptos. E o Rali Sical é um caso paradigmático disso, dada a sua longevidade – com os 28 anos a “ameaçarem” já a chegada a “trintão” – a provar a eficácia de se promoverem imagens e marcas através destes eventos, uma coisa que grande parte do tecido empresarial nunca entendeu, assim como se fundamenta que os Açores, e neste caso a Terceira, ultrapassam a sua fronteira geográfica com a difusão destes certames mundo fora. E acreditem que há quem, pelas bandas de Mortágua ou da Póvoa de Varzim, sabe com pormenor o que se passa em cada uma das PE’s corridas na terra dos bravos. No plantel para 2009, e deixando de lado as costumeiras nostalgias a que a evolução contrapõe com tempos e recordes de arrepiar, há um claro candidato ao título açoriano, centrando-se as dúvidas nas categorias “auxiliares”, que bem prometem pelo espectáculo. Mas não seria também assim durante os “reinados” de “Larama”, Horácio Franco, “Licas” Pimentel, Gustavo Louro e, mais recentemente, Fernando Peres? Claro que sim. E os ralis esmoreceram? Claro que não…
Independentemente de haver pilotos e máquinas já talhados para brilhar e vencer, e sabendo-se que o factor mecânico é de vital importância nestas coisas, tudo se prepara para uma grande prova, onde a emotividade e a competição vão abrir, da melhor forma, as portas à nova temporada, esquecendo-se por momentos a propalada crise financeira. Com ou sem vencedores antecipados, são assim os ralis. E é por isso que gostamos tantos deles…

PS- Um dia destes, por 2009 fora, passarão precisamente 30 anos desde que vi, ao vivo e com lembrança clara, um troço de rali pela primeira vez. Um São Brás/Fontinhas de um Rali BCA de há muito tempo. E vou sempre para a estrada com o mesmo gosto.

Miguel de Sousa Azevedo

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