quarta-feira, 15 de abril de 2009

Miguel Azevedo, Comentador de Ralis...


O Rali Sical vai para a estrada sexta-feira. Quais os principais atractivos que releva da edição deste ano?
Do rali, e para além da data festiva que sempre significa para os terceirenses – que considero dos melhores aficionados da modalidade no nosso país, talvez apenas comparáveis às gentes de Fafe, Famalicão ou Penafiel… -, cuja terra simplesmente “respira” os automóveis por estas alturas, adivinho uma prova altamente competitiva, embora com um candidato natural à vitória, o Ricardo Moura, sendo que as condições meteorológicas ou até a gestão pontual de um campeonato no seu início, possam resultar em luta pela vitória, sendo incógnitas maiores o que valerá o Subaru a tripular pelo Gustavo Louro ou o resultado das evoluções no automóvel do Ricardo Carmo. Prevejo que a Formula 3 seja a parcela mais animada do rali, com uma mão cheia de pilotos a poderem vencer ou mesmo fazer estragos a um nível elevado da tabela, e também a Formula 2 terá muitos motivos de interesse. Mas o realce principal deste evento é mesmo a sua longevidade pelos anos, uma prova concreta de que a modalidade tem retorno garantido e de que a Terceira é o único sítio de Portugal onde uma marca de café é bem mais do que o que está na chávena…

Que pilotos podem surpreender nesta prova?
Não se poderá falar em surpresas, mas certamente que homens como Fernando Meneses, Marco Veredas ou Artur Silva serão autores de prestações muito interessantes, embora se possam também destacar as estreias no asfalto do Pedro Câmara, um piloto naturalmente rápido, e do jovem Luís Miguel Rego, o José Pedro Silva que alinhará ao volante, as prestações aguardadas dos Citroen C2, para além do regresso do “Licas” Pimentel.

Os ralis são um desporto que têm vindo a desenvolver-se na ilha nos últimos anos. Em sua opinião, a que se deve este interesse?
Os ralis sempre foram uma modalidade muito vincada na nossa ilha, e a prova disso é que qualquer espectador está por dentro das lutas, dos nomes, das máquinas e das principais novidades, ou seja as pessoas na Terceira “sabem” ver ralis, o que até se traduz num bom comportamento quase generalizado do público. O desenvolvimento mais recente deve-se essencialmente à taça de ralis, uma feliz iniciativa do Olavo Esteves, que permitiu um acesso a baixos custos a provas com muito interesse e extremamente bem estruturadas, o que já resultou na passagem de vários desses nomes para os ralis oficiais, para além da própria evolução da taça em si que, como se sabe, até irá à Graciosa este ano.

São Miguel acolhe este ano o IRC no SATA Rali Açores. De que modo pode essa inclusão revelar-se positiva para a visibilidade da região?
Será, sem dúvida alguma, o maior cartaz turístico dos Açores nos últimos tempos sendo, apesar do forte investimento, irrisórios os valores monetários inerentes ao acontecimento se tivermos em conta o retorno que vão produzir. Será uma oportunidade, se calhar única, pois a rotatividade de provas é uma certeza neste campeonato, de termos um leque de grandes pilotos e grandes máquinas entre nós. E nem falo nas distâncias inter-ilhas pois, com ou sem barcos a navegar, a caravana terceirense nos troços de São Miguel será considerável.

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