quarta-feira, 6 de maio de 2009

Antevisão de campeão...


Horácio Franco continua, apesar de semi-retirado (se assim se poderá considerar…), a ser o mais carismático dos pilotos açorianos, pelo que é mais que lógico saber como vê esta ascensão da “sua Volta à Ilha” - como insiste em apelidar a prova -, chegada aos meandros do IRC. O veterano micaelense não deixou de elogiar “todas as pessoas que, ao longo de tantos anos, trabalharam para que o SATA singrasse no panorama europeu, combatendo as agruras da insularidade e os elevados custos dessa subida”, explicou. Atenção especial para “o obreiro deste percurso, e que muito lutou para a realidade que estamos a viver esta semana, que se chama Francisco Coelho e que sempre acreditou que esta era uma meta possível de alcançar”, elogia o ex-campeão nacional de grupo N. Em termos competitivos, e como sempre nos habituou, Horácio Franco é peremptório na análise que faz das forças em presença, destacando o nome de Bruno Magalhães que, “para além de ter pelo seu lado o conhecimento do terreno, o que considero fundamental neste tipo de troços”, se apresenta como “um piloto ao nível dos melhores da Europa, apoiado numa estrutura muito rodada e competente que lhe disponibiliza um carro muito competitivo, e que procura um grande resultado internacional, que bem pode ser vencer nos Açores”. Dos restantes “cerca de dez candidatos claros para andar na frente do rali”, Horácio refere a equipa da Skoda como “uma grande incógnita, pois estreia o Fabia S200 na terra”, mas realçando que têm “dois grandes pilotos, dos quais realço o (Juho) Hanninen, sem dúvida um dos mais rápidos do panorama mundial, um homem do WRC, muito agressivo e espectacular, mas que poderá ser prejudicado por abrir a estrada no primeiro dia”, fora esse “há um grupo de excelentes pilotos, com boas máquinas, e que vão proporcionar uma grande luta, de onde sairá sempre a ganhar o público presente, que assistirá a um rali de luxo”, acrescenta. Em termos de estrutura, e antevendo “um grande desgaste dos troços nas passagens iniciais”, Franco diz que “os pisos estão muito rápidos, mas extremamente secos, o que vai originar valas e muita pedra solta nas segundas passagens, o que poderá resultar em furos e muito esforço das mecânicas”. Ao nível do grupo N, o antigo campeão espera que “o Ricardo Moura consiga manter a sua posição de primeiro na estrada, pois seria muito positivo se ganhasse o agrupamento, se bem que lutar contra um adversário rápido e muito experiente como é o Fernando Peres se afigure complicado, até porque ele é o que melhor palmarés apresenta na nossa prova. A eles junto o Adruzilo Lopes para nomear as três lebres neste grupo”. Finalmente, e inseridos “na grande festa que será este rali, há ainda as lutas de todos os outros conjuntos, entre eles vários açorianos, que vão tentar chegar a Ponta Delgada no melhor lugar possível, sendo que terminar este rali já será, para muitos, uma grande vitória”, concluiu.

Texto: Miguel de Sousa Azevedo

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